quarta-feira, 24 de setembro de 2008

E-lixo


E- lixo, ou lixo eletrônico como é mais conhecido, se constitui de materias eletrônicos/eletroeletrônicos como computadores, celulares, microondas, pilhas, etc, que não necessariamente estão velhos ou quebrado mais ainda assim são descartados por pessoas e empresas.
A era digital tem avançado a passos largos. Os equipamentos se atualizam com bastante frequência, quiçá não são feitos realmente com prazo de validade ou "obsolência programada" como citou o economista Sabetai Calderoni. O que fazer com tanto material obsoleto?


Depositar em aterros sanitários comuns, do ponto de vista ecológico seria uma agressão à natureza e ao meio ambiente como também para a humanidade já que alguns resíduos levariam séculos para desaparecer e o simples contato do homem pode ocasionar sérios problemas a saúde.
Reciclar é a melhor alternativa pois vários desses metais não são renováveis, trazendo solução para a natureza e para a economia. Essa é um exemplo da "tal" Sustentabilidade Social tão apregoada nos dias atuais que, segundo a percepção de Júlio Carlos Afonso professor do Departamento de Química Analítica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sofre entraves pela sociedade de consumo desenfreada que temos hoje que querem "sempre a última palavra em matéria de aparelhos eletroeletrônicos de última geração" não analisando os efeitos posteriores que esse consumo ocasionará.


A China é o país que mais recicla a sucata eletrônica. Recebe até "doações" dos EUA. A índia e a Nigéria disputam também este "negócio", mas este é um problema de amplitude global e a reciclagem, da forma como é feita lá, ainda não é a melhor alternativa pois o processo feito manualmente gera contato direto com metais pesados (necessários para o funcionamento dos equipamentos) que podem ocasionar contaminação à natureza e ao homem.


A União Européia estabeleceu leis para determinar o que ser feito após o fim de vida útil desses equipamentos. O Brasil segue essas leis porque a maioria dos produtos eletrônicos que consumimos são produzidos por multinacionais, mas ainda não posssuimos leis específicas, com exceção para pilhas e baterias.
Outra solução bastante pertinente com caráter preventivo é apontada por Sebastião Soares quando diz que se o produtor for responsabilizado pela gestão dos resíduos ele já será projetado preferencialmente livre de metais pesados ou utilizando a mínima quantidade possível pensando-se em na melhor maneira de reaproveitá-los ou descartá-los. A ONG Greenpeace, compartilha desta idéia elaborando manuais pra que empresas fabricantes destes aparelhos reciclem elas mesmas seus produtos.




sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Inclusão ou Inserção Digital?


O Brasil, que outrora foi chamado de país do futuro, e que hoje, a meu ver já pode ser considerado o país do presente - pois sem dúvida alguma já alcançou inúmeros avanços em vários aspectos - permanece, no que tange à educação, preso ao passado.
Em nossa sociedade encontramos inuméros focos de analfabetismo em vários municípios do país, programas governamentais criaram e continuam criando vários projetos para reverter esse quadro, que infelizmente não obtêem sucesso de forma ampla. Se ainda hoje temos esses altos índices de analfabetos que não conseguem sequer decodificar a escrita, como falar em programas de alfabetização digital?
Não discordo de ser esta uma excelente idéia já que vivemos envoltos pelos "bytes", mas a execução deste projeto requer muito mais do que a simples aquisição de equipamentos.


Assim como a maioria dos projetos de alfabetização recebem críticas por simplesmente possibilitar ao individuo o acesso a leitura e escrita sem a preocupação de formar cidadãos críticos, seres pensantes, assim também o projeto de alfabetização digital, recebe várias críticas por apenas favorecer o uso das tecnologias sem possibilitar ao indivíduo poder contribuir para alteração, melhoria, divulgação das mesmas. A Professora Drª. Maria Helena Bonilla em seu artigo O Brasil e a alfabetização digital, cita que a "alfabetização digital [está] para a grande maioria da população, os consumidores, e fluência para a pequena parcela que consegue realizar curso de nível superior", ou seja, as políticas que visam expandir o conhecimento através da rede, necessitam mais que simplesmente dar noções do manuseio, tal qual um manual de intruções e sim, de fato permitir além do acesso, o conhecimento para uso, alteraçoes, melhorias do sistema.
Como realizar isso? Um ótimo exemplo encontramos nos software livres, porém abordarei sobre este tema na minha próxima postagem.
Até breve...